Você já deve ter ouvido, ou mesmo vivido, a situação do medo de algum mostro imaginário. Na infância eu tinha medo dos fantasmas que assombravam os casos que meus pais contavam, e tinha medo dos tipos desconhecidos que passavam perto de casa, suspeitando que a qualquer momento iriam nos raptar, fugindo comigo ou meu irmão em um saco de batatas. Muita imaginação aumentava o tamanho dos cachorros que nos perseguiam, fazia mais forte o brigão da rua de baixo, colocava verrugas e olhos vermelhos de sangue na professora que era mais firme na escola...
O processo de mudança, parece ser algumas vezes, um antepassado destes mostros e fantasmas. Não é tão grande, não é tão ameaçadora e nem tem olhos vermelhos injetados. Porém, nós a tememos. Desconfiamos de seus efeitos e suas consequências e ficamos receosos do pior. Alguém disse, certa vez, que mais de 70% dos temores que temos jamais irão acontecer, mas mesmo assim ficamos angustiados, preocupados e até imobilizados por este temor. Algo parecido com o que nossa imaginação infantil causava. Talvez seja hora de tentar entender a mudança DE UMA OUTRA FORMA.
Mudança, em pequenas doses, é um ótimo remédio contra o comodismo. Quando nos acostumamos a fazer pequenas mudanças em nosso caminho, em nossa decoração, em nosso local de férias, em nossa forma de presentear alguém, em nossos hábitos ou rotina, estamos desenvolvendo um estilo de vida leve. Promover estas mudanças nos ajuda a renovar a visão, a trazer vigor ao pensamento e abrimos portas a novas idéias.
Mudanças um pouco maiores nos ajuda a conhecer outros espaços. Somos forçados, às vezes, mas o resultado pode ser muito positivo. A princípio uma mudança como uma demissão não parece apresentar nada de bom, mas os efeitos podem ser os mais diversos, tais como um novo emprego mais satisfatório, um empurrão no início de um negócio próprio, a oportunidade de conhecer uma nova função, um descanso que trará vigor e melhoria na saúde... Tudo isso dependendo, é claro, da atitude que tivermos frente a esta mudança.
Mudanças de grande porte são os motores do verdadeiro desenvolvimento. A independência de um país que até então era um celeiro colonial, a eleição de um novo governador que muda a política do estado, a morte dos pais, o nascimento de um filho... Teremos medo, ficaremos incomodados, mudaremos a rotina... Mas as mudanças de pequeno e médio porte que nos atrevemos a promover, nos servirão de base para extrair o que há de mais positivo em qualquer situação que as grandes mudanças criem. Assim, crescemos e nos desenvolvemos de verdade.
Há muitas histórias em que atitudes otimistas e pessimistas são confrontadas. No fim, em qualquer uma destas histórias, o que fica claro é que dependendo da visão que adotamos, as coisas podem ficar melhores ou piores. Com a mudança, essa conclusão permanece. Portanto, meu conselho é que você encare as mudanças DE UMA OUTRA FORMA. Pense nisto.